Thursday, 7 June 2012

PAUL ANKA - September 1960

Paul Anka sings at TV Rio, Channel 13, Rio de Janeiro in September 1960
Radiolandia #339, 1st November 1960.
 
Paul Anka at Gröna Lund, Stockholm, Sweden, 1959.

PAUL ANKA  NO  RIO & SÃO PAULO -  SETEMBRO 1960  
visto pelo jornal “ULTIMA HORA”

De 1º (5a.) a 11 (domingo)  Setembro 1960 – Teddy Reno – o novo  ídolo da Europa, se apresenta no Teatro Record – sob  regência do  maestro Enrico Polito – com grande revista musical na 1ª parte.

14 September 1960 – 4a. – A atriz e cantora Julie London está em São  Paulo, e dá entrevista coletiva no Hotel Jaraguá, onde se declara fã da Bossa Nova.   Na seção de Cinema aparece notícia sobre o sucesso do I Festival de Cinema de Marília, nos dias 9, 10 e 11 de Setembro, e  foto de Lola Brah recebendo um kimono de sêda da colônia Japonesa.  Ela chorou de emoção.


PAUL ANKA desembarca no Rio: na Terça São Paulo

18 September 1960 – dom. Notícia na 1ª edição do UH.  Em entrevista coletiva Paul  diz chamar-se Paul Albert Anka, alem de cantar e compor, toca “ukelele” [uma espécie de cavaquinho hawaiiano], piano e faz imitações. Diz que o rock’n’roll já não é tão forte nos U.S.A. e que está sendo “incorporado” na musica popular de lá. Paul se apresenta em programa da TV Rio e em show no Copacabana Palace. No dia anterior, Sexta-feira, chegaram alguns dos musicos que acompanharão Paul Anka.


Record convida os jovens para recepcionar Paul Anka   

Para a recepção no Aeroporto de Congonhas e subsequente desfile, a Record convida o publico em geral, excepcionalmente a jovem guarda, oferecendo depois condução especial em onibus da Breda, para a volta. Na terça-feira, no Aeroporto, todas as viaturas amarelo-azuis do Canal 7 estarão de prontidão; varios onibus especiais gratis da Breda estarão na Av. Moreira Guimarães, a disposição de quem for recepcionar o grande ídolo da juventude, onde será iniciado o desfile que virá até o Centro da cidade, trazendo o artista ao Othon Palace Hotel.  Paul Anka virá num conversível especial. A Record oferece dia 21, quarta, cocktail com entrevista coletiva.
19 September 1960 – 2a. – O Globo -  Paul Anka, cantor revelação da televisão dos Estados Unidos, chegou ontem.  Vai exibir-se no Copa e na TV. O jovem intérprete de ‘Diana’ e ‘Adam & Eve’ tem um tio em São Paulo, mas confunde essa metrópole com Montevidéu e o Rio com Buenos Aires. Canadense e apenas com dezenove anos, pretende fazer muitos amigos no Brasil.
Paul Anka & Dick Clark.

Chegou Paul Anka, o cantor sensação dos EUA

Chegou ontem a esta capital o cantor sensação do momento nos Estados Unidos, Paul Anka, que hoje à noite se apresentará no Copacabana Palace e no programa ‘Noite de Gala’ da TV Rio. Paul tem apenas dezenove anos e forma com Neil Sedaka, Johnny Restivo e Pat Boone, o quarteto de jovens que vem assombrando as indústrias musicais e de discos, alcançando na sua idade uma preeminência invejável com a qual sonham muitos artistas durante toda a vida, sem conseguir.

Ele é o intérprete e compositor de ‘Diana’ (oito milhões de cópias vendidas em todo o mundo), ‘Lonely Boy’, ‘Crazy Love’ e as mais recentes ‘Put Your Head On My Shoulders’ e ‘Adam & Eve’, que estão em todas as paradas de sucessos. Ao ser abordado pelo repórteres, fez certa confusão, entre Rio de Janeiro e Buenos Aires e entre São Paulo e Montevidéu.

Tio em São Paulo

Paul Albert Anka é baixo, moreno claro e passa despercebido na rua, pois é do tipo comum, muito semelhante a um nordestino. Desembarcou no Galeão trajando-se como qualquer jovem de sua idade: paletó xadrez escuro, calças de gabardine, sapatos pretos esporte e gravata. Disse a 'O Globo' ter um tio em São Paulo, o qual não vê há bastante tempo, desde que saiu de Ottawa, Canadá, onde nasceu. Justificando a sua ignorância sobre a situação geográfica do Rio e Buenos Aires, frisou o jovem cantor que, de fato, é ignorância mesmo, mas também conhece alguns brasileiros que tampouco distinguem onde ficam Miami Beach e Palm Beach. Paul Anka tem estrelado como convidado de alguns dos maiores programas de variedades, como os de Perry Como, Ed Sullivan etc. Trabalhou no cinema em ‘The Private Lives Of Adam And Eve’, ao lado de Mamie Van Doren e mais recentemente, terminou ‘Girl’s Town' para a Metro como protagonista.

O Melhor

Interrogado sobre o que achava de Elvis Presley, disse Paul Anka, sem qualquer vedetismo: é ótimo como cantor e também como amigo. Aliás, nessa questão de maior ou menor, quem manda mesmo são os discos vendidos.

Paul mostrou-se satisfeito quando lhe disseram que ele é conhecido no Brasil, e perguntou pelas fãs, pois recebe muitas cartas de suas admiradoras cariocas. Disseram-lhe que a hora (6 da manhã) era imprópria para essas manifestações. Paul Anka toca piano e ukelele (guitarra pequena). Amanhã irá a São Paulo, de onde regressará ao Rio, dia 26, para novas apresentações.
Paul Anka com 16 anos.

Dia 27 de setembro de 1960, seguirá para Buenos Aires, Montevidéu e Santiago. Ganhará na sua temporada brasileira, cerca de quatro mil dólares semanais, segundo o seu empresário Mr. Feld, que o acompanha nesta viagem.

Alcançando na sua idade, com Neil Sedaka, Johnny Restivo e Pat Boone, o quarteto de jovens que vem assombrando as indústrias musicais e de discos, alcançando na sua idade uma preeminência invejável com a qual sonham muitos artistas durante toda a vida, sem conseguir.

20 SETEMBRO 1960 – 3a.  – Rei do Rock chega:  Fãs em delírio! Aparece foto de Paul Anka e Carlos Gonzaga [o cantor da versão de “Diana”] no meio da confusão de fãns  no Aeroporto. Paul chegou a assutar-se quando viu o tamanho da multidão.

Annette Funicello & Paul Anka.


DELÍRIO  DE  FÃS  NO  AEROPORTO  DE  CONGONHAS:

Correria, confusão e gritos frenéticos de dezenas de colegiais, marcaram a chegada de Paul Anka, as 13 horas, no Aeroporto de Congonhas. O cantor foi recebido pelo sr. Paulinho Machado de Carvalho. Burlando a vigilância dos policiais, uma multidão de garotas invadiu a pista, envolvendo Anaka, pedindo autógrafos, puxando-lhe a roupa e quase enforcando-o, na tentativa de arrancar sua gravata, para guardá-la como lembrança.

ASSUSTADO: Trajando terno escuro, de tecido leve, camisa e gravata brancas, colarinho desabotoado, sapatos tipo mocassim brancos, Paul Anka ficou a princípio um pouco assustado com o povo que o cercou. Depois, abriu-se num sorriso e passou a distribuir autógrafos em papéis, flâmulas com seu nome, discos, cadernos e tudo mais. A custo conseguiu-se metê-lo no carro que o conduziria ao hotel.

LAMBRETISTAS:   Dois onibus da Breda, Record, e 2 caminhões lotados com jovens seguiram o carro do cantor, que era precedido por batedores da polícia.  Dezenas e dezenas de lambretistas fizeram fila, seguindo ruidosamente o desfile até a cidade.  No auto, Paul confessou a um “public relations” do Canal 7:  “Não esperava por isto!  Espetacular!”  Dois acidentes sem maior gravidade ocorreram entre os lambretistas, tal o entusiasmo.  Em todo o trajeto, o helicóptero do Canal 7 sobrevoou o desfile, lançando programas da estréia de hoje as 21 horas.

ÁGUA:   As 13:40 horas, Paul Anka finalmente chegou ao Othon Palace Hotel, onde grande número de fãs o esperava na porta, sendo contido por policiais. Palmas e gritos saudaram o cantor ao descer do carro. O trânsito da rua Líbero Badaró ficou congestionado por 10 minutos. Dos escritórios vizinhos ao hotel, alguns funcionários, não gostando da gritaria, jogaram agua das janelas dos edificios. Mesmo assim, até as 17 horas, uma turma de teen-agers não arredavam pé do local, saudando o cantor, que aparecia, vez por outra, na janela de seu apartamento.

EXIGENTE:    Simples, afável, Anka deixa tudo por conta de seu “manager”. Não aceitou a “suite” reservada, pedindo um quarto melhor, o “presidencial se fôsse possível”. Não era. O hotel ligou, então, dois apartamentos, satisfazendo um pouco o pedido.

ENSAIO:  Cansado, pois atuou  ontem [19 Set., 2ª feira] no Copacabana Palace, e, depois num show na TV Rio, Canal 13, Paul pediu para repousar um pouco, ao mesmo tempo que lhe serviam almoço no quarto. Solicitou que se adiassem as entrevistas, declarando apenas que “o rock já não é o ritmo característico de jovens, ou da juventude transviada, pois se incorporou à musica popular norte-americana e todos o apreciam:  moços e velhos.”  Às 17 horas foi ao Teatro Record ensaiar um pouco.


PAUL ANKA ESTRÉIA NA RECORD:   SUCESSO TOTAL

Envergava um elegante e discreto smoking vermelho, com faixas de listras pretas, alem de uma enorme gravata borboleta.  Interpretou 18 canções, em 50 minutos. Entre elas: “Diana”, “Put your head on my shoulder”, “My heart sings”, “Crazy love”, “It’s time to cry”, “You are my destiny”, “[I can’t give you] Anything but love”, “Sing, sing, sing” e “You are my destiny”.
Em anúncio pago, a “Ultima Hora” publica a grade dos espetáculos:

Radio e TV Record e Crush apresentam PAUL ANKA:

20 – Terça      estréia as 21:00 no Teatro Record
21 – Quarta     vesperal as 16:00
22 – Quinta     vesperal as 16:00, soirèe as 21:00
23 – Sexta      21:00
24 – Sab. - vesperal as 16:00, soirèe as 21:00, e apresentação especial no C.A. Monte Líbano
25 – Domingo    vesperal as 16:00, soirèe as 19:30

São 10 apresentações na Capital Paulista.

23 SET 1960 – [6a.] -  Paul Anka termina domingo temporada em S.Paulo.



Fãs deliram nas ruas:

Novamente foi a Policia chamada a intervir entre 15 e 16 horas da sexta-feira, para dar proteção a Paul Anka, que realiza no Teatro Record uma temporada de espetacular sucesso. Nenhum outro artista internacional conseguiu, como o cantor canadense, promoção tão grande junto ao público.  Fãs incansáveis se postaram novamente às portas do Othon Palace, aguardando a sua saída, para a caça de autógrafos. Os primeiros grupos engrossaram rapidamente e já ameaçavam invadir o hotel, quando se reuniram guardas-civis e a policia especial do hotel para contê-los.

DELÍRIO:  Paul Anka estava com visita marcada à Fabrica de Refrigerantes Crush, que patrocina seu programa de TV.  Vez ou outra aparecia na janela do apartamento, quase no 20º andar.  Mesmo assim,
as “macacas” deliravam e acenavam. Traziam discos, revistas com sua foto na capa e cadernos para conseguir autógrafos.

CONGESTIONAMENTO:   Apesar de menor, em proporções à que provocou os disturbios de terça-feira, no mesmo local, a multidão de rapazes e garotas voltou a tumultuar o tráfego no Centro da cidade. Dois carros foram amassados na confusão, muitos tiveram as roupas rasgadas e agua em penca foi jogada das janelas dos edifícios vizinhos e do próprio hotel.  Dois hóspedes perderam o avião por não conseguir acesso aos taxis.

SAÍDA:  Colocando o carro no passeio, bem junto a porta de serviço na Praça do Patriarca, onde o número de fãs era menor, conseguiu-se tirar Paul Anka, com certa calma do hotel. Vestia ele, roupa esporte, camisa branca e malha leve azul, apesar do calor. Quando a multidão percebeu que o cantor estava no carro, tentou cercá-lo, sendo impedida pelos guardas-civis. O veículo teve que sair pela rua São Bento [via só para pedestres] para fugir do assédio.
from right to left: Paulinho, his brother Dudú, Anka, Bob, Prini Lorez aka Galli Jr., Daniel & Zezinho.
Galli Jr. acompanhado por The Avalons abre o show de Paul Anka no Teatro Record - Setembro 1960.

TERMINA: A temporada de Paul Anka no Teatro Record termina no domingo, com uma vesperal as 16 horas e espetáculo as 19:30.
Critica do colunista do jornal 'OESP' - 25 September 1960 - A maioria dos críticos conservadores que habitavam os jornalões de então gostaram das apresentações de Paul Anka. Esse, do Estadão, quase se desmancha em elogios ao 'artista canadense, que com 19 anos, já é uma figura de primeiro plano no mundo da musica popular'. Paul Anka, que de 'teen idol' tinha muito pouco, pois apesar de sua pouca idade, seus idolos eram da Velha Guarda norte-americana, tipo Frank Sinatra e Tony Bennett, tinha um dos tenores mais altos do mundo e sabia de cor-e-salteado todos os trejeitos usados em Las Vegas ou no Copacabana de New York, impressionando assim os vestutos jornalistas que se encantavam secretamente com tanta 'moderação', diferentemente de seu público que se 'descabelava' nas portas do Teatro Record ou do Othon Palace Hotel. 

O ancião jornalista continua: Compreendemos que a maneira com que Paul Anka canta seu repertorio nada tem a ver com as manifestações histéricas à porta do Teatro Record e muito menos ainda com os desmandos cometidos à porta do Othon Palace Hotel. As moças e moços que delas participam não são, certamente, o público do cantor.

O eletismo do jornalista (e do jornal) é compreensível. Realmente, a juventude que esperava ávidamente por Paul Anka nas portas do teatro e hotel, talvez não tivesse dinheiro suficiente para pagar os preços dos ingressos cobrados por Paulinho Machado de Carvalho, mas dizer que eles não são o público do cantor canadense é o cúmulo do elitismo boboca. 

23rd September 1960 – sexta – O Globo – seção: Nós os Ouvintes - Paul Anka

Simpático, com um ar inteligente, o jovem compositor e cantor canadense Paul Anka foi a grande atração que salvou a ‘Noite de Gala’ de segunda-feira última, da irremediável mediocridade artística e total pasmaceira pavorosa. Com dezenove anos de idade, Paul Anka já é uma celebridade mundial, graças as suas excelentes composições musicais, e deverá ir muito longe na sua carreira artística. Diante das câmaras da TV Rio ele cantou ‘Sing Sing Sing’, ‘You’re My Destiny’, ‘Diana’, ‘Put Your Head On My Shoulder’, ‘The Music Plays On’, ‘I Cry Each Night’ e ‘Adam & Eve’.

Anúncio:  Hoje às 17 horas – Chá da Juventude com Paul Anka, no Golden Room do Copacabana Palace – Vendas e bilhetes na recepção do hotel.

26  September  1960 – 2a. – O Globo -  Anúncio:  ‘Noite de Gala’ no Maracanãzinho - Hoje às 21 hs. Espetacular Show despedida de Paul Anka.
 
24 SETEMBRO 1960 – sáb. – Coluna Jovem Guarda, de Ricardo Amaral:  Hoje o clube da colônia libanêsa Monte Líbano dá mais um chute em gol. Dá mais uma lição e real passada de perna nos clubes quatrocentões de São Paulo. Apresenta em elegante noitada, o cantor Paul Anka, que compraram com exclusividade absoluta para o clube. O dinâmico Alex Maluf convida-nos para acontecer por aquelas bandas.  Será uma boa pedida.


  Lágrimas e desmaios na despedida de Paul Anka 

25 September 1960 – dom. - Chuva de flôres, desmaios e aplausos delirantes e frenéticos marcaram as últimas apresentações de Paul Anka em São Paulo, as 17:00 e 20:30 horas no Teatro Record. Camisa de sêda amarela, sapato branco, Paul Anka chegou ao teatro em cima da hora – tinha ido tomar chá na casa de uma de suas admiradoras. Correndo, só a muito custo conseguiu romper a barreira de fãs, alcançando o camarim.  O espetáculo começou com alguns minutos de atrazo e o cantor reclamou a ausência do contra-baixista, que chegou logo após. Logo após seu 1º número da vesperal, “Put your head on my shoulder”, o auditório vibrou, aplaudindo o cantor de pé.  Anka saltou de cócoras [nas musicas mais ritmadas], brincou e conversou com a platéia [a maioria de brotinhos] e cantou durante uma hora.

Quase foi obrigado, no entanto, a permanecer no interior do teatro até sua próxima apresentação, às 20:30, uma vez que as fãs mostravam-se dispostas a beijá-lo à força.  Aí se destacavam mais as “macacas”, que permaneceram até as 19 horas defronte ao teatro, de onde só se retiraram após a intervenção dos guardas civis.  Aí aparece uma foto, onde Paul aparece sendo empurrado e agarrado pelas fãs em delírio e o texto: Paul sofreu o diabo para sair do teatro.

MAESTRO:  Dezenas de brotos, durante a apresentação, lançavam-lhe flôres, que ele aparava, beijava-a e devolvia.  Na maior parte dos numeros, pedia à platéia que o acompanhasse em côro. Quando chegou a vez de “Diana” – música que o projetou – deixou que o público cantasse só e portou-se como um maestro. Contribuiu apenas no início e deu o agudo final.

Teceu elogios à platéia, dizendo que estavam cantando muito bem. Executou outros numeros, entre os quais, “I can’t give you anything but love” e ficou assustado quando interpretando “You are my destiny”, algumas “macacas” mais entusiasmadas ameaçaram subir no palco. Antes do ultimo número despediu-se dos brotos e tirando do bolso um grande lenço vermelho, fingiu chorar.  Aí é que a gritaria foi geral.

Terno de tropical azul, sapatos pretos, de verniz e camisa branca, o “idolo” cantou 1 hora sem deixar o palco. Apresentou, como é de praxe, os músicos à platéia, pedindo palmas especialmente para o baterista e o contra-baixista. Recebendo uma rosa, ele a foi desfolhando pétala por pétala e, dirigindo-se à admiradora que jogou-lhe a flor, ia dizendo:  “ela-me-ama, ela-não-me-ama; ela-me-ama, ela-não-me-ama”. A ultima canção foi escolhida pelo público; Paul Anka deixou que pedissem;  mas como não se chegasse a uma conclusão, anunciou três de suas melhores gravações, para que a platéia indicasse por aclamação. As preferências recaíram sobre “Pity, pity”, um de seus maiores sucessos aqui no Brasil. À saída do teatro, às 19 horas, duas meninas, de aproximadamente 13 anos, abusaram do entusiasmo e desmaiaram;  foram socorridas por populares.

26 September 1960 – 2a. – Paul Anka segue hoje, às 15 horas, para o Rio de Janeiro, onde deverá se apresentar no Copacabana Palace e dar um espetáculo a preços populares no Maracanãzinho. Amanhã, 3ª feira, deixará o Rio rumo a Buenos Aires, Montevideo e Santiago do Chile.
25 September 1960 - Mary Wynne writes at her daily column 'Mary Go-Round': A 'Miss Public Relations' da Record, Maria Elisa Soares, declara que, desde a temporada de Nat King Cole, nenhum artista tem causado tão grande sensação como o jovem cantor Paul Anka. Em todo lugar que ele vai, ou até onde os boatos dizem que deve aparecer, logo se encontra uma verdadeira 'mob' de 'teenagers'. 

Estou imaginando como deve ter sido a lotação do salão do Clube Atlético Monte Líbano, ontem à noite, quando Paul Anka foi apresentado com exclusividade. Ao diretor social, sr. Alex C. Maluf, muito 'thank you' pelo convite. 

3rd October 1960 - 2a. – Exatamente uma semana depois que Paul Anka voa para o Sul, o nosso País vai às urnas para escolher o Presidente da República, entre o Marechal Lott, Jânio Quadros e Ademar de Barros.  Essa seria a ULTIMA ELEIÇÃO presidencial democrática no nosso querido torrão por mais de um quarto de século.  Que tristeza!
Paul Anka antes da operação plastica do nariz. Anka é filho de libanêses que se mudaram para o Canadá.

A PASSAGEM  DE  PAUL ANKA  AO  RIO DE JANEIRO 
segundo a 'Revista do Radio.

15 OUTUBRO  1960  -  Paul Anka no Brasil. A Revista do Rádio faz reportagem negativa sobre o cantor Canadense.  Revela ao publico que Anka fez “operação plástica” do nariz e usa “pancake” de maquillage. Diz que ganha Cr$ 450.000 por dia.  Paul se apresentou de 19 a 26 de Setembro em São Paulo [Teatro Record] e Rio [Copacabana Palace & TV Rio].  Foi o maior sucesso da temporada internacional na cidade de São Paulo, mas esse fato não é relatado na reportagem.

22  OUTUBRO  1960  -  Revista do Radio arrasa com Paul Anka. Diz que ele é antipático. Chegou atrasado ao programa “Noite de Gala”, no Maracanãzinho lotado, no dia 26 de Setembro. Em vez de cantar 30 minutos, como o combinado, cantou apenas 3 sucessos [não diz quais] e foi direto para o hotel dormir, pois partia para Buenos Aires na manhã seguinte. Sr. Medina, o empresário do Rio, pagou somente Cr$ 212.000 - a metade do combinado.  Sr. Paulo Machado de Carvalho, dono da TV Record, que o trouxe Paul ao Brasil, concordou com Sr. Medina.
Frankie Avalon, Bobby Darin, Paul Anka, Annette Funicello & Pat Boone ensaiam em 1960.
Paul Anka, Frankie Avalon, Pat Boone & Bobby Darin em programa da Coca Cola em 1960. 
Paul Anka and Mamie Van Doren in 'Girls Town'.
'Girls Town' was released 5th October 1959, across the U.S.A. Paul Anka portrayed a character named Jimmy Parlow and had 2 songs featured in the film: 'Lonely boy' peaked at #1 (for 4 weeks) in 13th July 1959 and 'It's time to cry' reached #4. 
Mamie Van Doren plays femme-fatale in 1959's 'Girls Town'


Synopsis: It's Southern California in 1959. Chip, a member of the Jags gang car club, plummets to his implausible death in a shallow ditch while attempting to rape gang floozy Mary Lee Morgan (Elinor Donahue). Double-chinned, pushy, loathsome 34-year-old 'teen' and fellow Jag Frank (Mel Torme), noting from a distance the distinctive head scarf Mary Lee is wearing mistakenly blames Mary Lee's sister, chronic trouble-maker, structural marvel and 28 year-old 'teen' Silver Morgan (Mamie Van Doren) for Chip's expiration.

So do the authorities, in the form of Mr. Clyde (Peter Leeds,Marv's Shakespeare teacher from MST's 'High School Big Shot'). Pressure by Chip's vengeful plutocratic father, Clyde arranges for the bitter buxom bombshell to do a n indefinite stretch in Girls Town, an unusually palatial Catholic estate for wayward young trollops. 

Girls Town is ruled with a velvet fist by Mother Veronica (Maggie Hayes) and her pious papist posse. While confined there, the free-thinking scat-singing and slang-crazed Silver must survive amidst the tough but far less endowed fellow inmates and hardened-but-caring nuns. In addition, she must endure the romantic attentions of a 47-year-old bread group delivery man (Ray Anthony - Mamie's real-life husband), unaware that he is actually a PI hired by Chip's father to secure proof of her guit in his son's death. 

Meanwhile the B plot, delusional Girls Town resident Sarafina (Gigi Perreau) is infatuated with teeny repulsive greasy talent-free Cyranoesque sound-emitting-pop-object Jimmy (Paul Anka) and so he becomes drawn into Girls Town affairs. Granted, gang member Frank may be flabby and slouchy and have absolutely no human appeal whatsoever, but he finally guesses that the true identity of the agent of Chip's demise is Mary Lee. He decides to kidnap her and spirit her away to Mexico so that his father won't take away his car. Really good plan. 

Meanwhile the sisters and Jimmy are working on Silver's resentment. Silver and Jimmy play a game of 'Whose life was more rotten?' and he cruelly reduces her to tears by making sounds with his mouth.

Suddenly, Silver learns of Mary Lee's disappearance. Will Silver break out of Girls Town and rescue her little sister from the pudgy pawing of the paunchy hipster? Will Sarafina rejoin reality and be exorcised of the elfin white-noise generator? Will Silver mend her rebellious ways and surrender her grudge against the world? And will she ever - 'bingle her bongle'?

Contains a gang fight, a drag race, girl-on-girl combat, several utterly wretched allegedly musical performances by Paul Anka and Dick 'Daddy-O' Contino.

In the high point of the film, The Platters appear in a pleasant musical cameo ('I'll be with you in Apple blossom time'), conducted by a pair of eerily disembodied hands. 

. Yep, that's Dick Contino, star of 'Daddy-O', playing the member of the Dragons gang who gets killed in the hands-free drag race.

. Gloria Talbott, the tough Romulanesque Girls Town resident who knows jiujitsu because her dad is a bouncer, also appears in 'The Leech Woman' is the gal whose lawyer fiance is smitten by the titular character.

. The producer originally wanted Lucille Ball to play Mother Superior. How weird would that have been. 
Paul Anka at the Copacabana in New York. 
Paul Anka sings at the Copa in New York.
Revista do Radio, 1963.

3 comments: